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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Livro da Vez

Ciao!

Já li alguns autores que tratavam das relações amorosas como necessariamente efêmeras e complicadas, repletas de traições e mentiras, invariavelmente colocando a mulher como objeto central, tendo o sofrimento e a dor como presenças idefectíveis. Carpinejar e Birmajer são dois dos meus autores favoritos e, ainda que Canalha e Histórias de Homens Casados, respectivamente, tenham títulos que façam pensar o contrário, o fato é que a caricatura do lado feminino é sempre a mais exposta.

Estou lendo, agora, do próprio Carpinejar, Mulher Perdigueira. Nem concordo com o adjetivo, mas isto fica para um próximo post. O que me chamou à atenção e, até mesmo, me deixou meio desconfortável, foi que, nestas histórias, o foco está no homem. Não sou machista e nem consigo, sequer, me comparar com outros homens que tenham este tipo de atitude, mas não posso negar que me vi em alguns destas crônicas. Recomendo!

E recomendo não só pela parte que me tocou, como foi mencionado acima, mas também pela coletânea de frases e citações, que deveriam fazer parte de um segundo volume de Frases Soltas que Deveriam ser Presas (Lara, José Francisco de – Ed. Cócegas), e que estou pescando ao longo da leitura. Seguem algumas sobre o amor:
“Se uma mulher faz um barraco, pode ter certeza de que foi o homem que trouxe a favela.”
“Quem aspira ao conforto que se conserve solteiro. Eu me entrego para a dependência. Não há nada mais agradável do que misturar os defeitos com as virtudes e perder as contas na partilha.”

Há que se ter cuidado, no entanto, com a interpretação destas palavras. Há beleza na feiúra e crueldade na ingenuidade, tudo bem disfarçado.

Para terminar:
“Juízo Final é a reunião de todas as empregadas do mundo, organizadas em escadinha num coro, para gritar : – Fui eu!”
“Nos anos 50, minha mãe bebericava poncho ... Nos anos 70, minha irmã virava Martini com Azeitona ... Agora a moda é Vodka e RedBull... Nos anos 80, eu bebia Keep Cooler... era o travesti de um refrigerante.”
“Tomo um porre e não me lembro de nada. Depois de toda bebedeira, adoto essa desculpa. A amnésia é uma invenção moral ... para evitar constrangimentos, para prevenir explicações, que são a parte cansativa da aventura.”

Boa leitura! Ciao!

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