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quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Esfera Emocional

No centro de uma esfera, estava ele. Ele estava exatamente no centro da esfera e, para onde quer que olhasse, via janelas. Por toda a esfera, janelas. Janelas seladas, simplesmente fechadas, algumas abertas.

Ficou parado ali por horas, talvez dias, olhando, examinando. Percebeu que as janelas seladas representavam as experiências que ele ainda não havia vivido; as janelas simplesmente fechadas, pelo que notou, continham passagens para experiências boas e que haviam sido concluídas, encerradas, e também para experiências ruins, do mesmo modo findas; por fim, havia as janelas abertas, das experiências que ainda estavam acontecendo, algumas em avaliação e outras definitivamente aprovadas e, por alguma razão, prolongadas.

Não se orgulhou de muitas das janelas abertas e se perguntou se não estaria expondo demais suas janelas aos olhos do mundo exterior. Foi então que descobriu que, por fora da esfera, havia uma cortina que cobria as janelas. Quem estava de fora da esfera não sabia quais janelas estavam seladas, simplesmente fechadas ou abertas.

Teve vontade de observar sob as cortinas das outras esferas, queria saber se havia outros iguais a ele, com tantas janelas abertas. E se a maioria das janelas dos outros estivesse selada? Se apenas um pequeno grupo mantivesse algumas fechadas, como águas passadas? Ainda assim, haveria um gueto, reservado para a escória, onde resistiriam aqueles cujas esferas eram antros experimentais?

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