Ciao!
Na semana passada, fui almoçar com o meu pai num restaurante no Leblon. Normalmente, quando nos encontramos para colocar a conversa em dia, já temos em pauta os assuntos sobre os quais usualmente falamos : mamãe, que é falecida e que nos traz muita saudade; o Mengão, que é nossa alegria e, também, um "Ai, Jesus!"; etc. Mas, vez por outra, surgem novos tópicos, movidos pela minha curiosidade em saber quem eu sou, de onde eu vim, como era a vida daqueles que me antecederam.
Aí, surgiu o assunto "Vovô". Vovô Giácomo. Giácomo Fucci, ou Fucci Iacoluccio, como era conhecido na Itália. Veio para o Brasil com 16 anos de idade, fumou na viagem inteira os cigarros que estavam no navio e que não poderiam desembarcar aqui. Ali, começou o seu (meu) vício, que o levou à morte em 1996, com 86 anos. Sofreu, sim, mas nunca deixou de fazer nada até os 85 anos por causa da vida desregrada que levou. Sofreu, sim, mas levou com ele a minha admiração, talvez por desconhecimento de muitas histórias, mas pelo conhecimento de tantas outras.
Dizia que eu era um "bom garfo", substituindo o instrumento pela causa ativa, em metonímia frequentemente repetida por ele sempre que me via.
Ele tinha prazer em me ver comer como ele: muito, e com alegria.
Hoje, lendo sobre Charlie Kauffman em Cannes, no lançamento de seu "Synecdoche, New York", procurei o termo no Aurélio e no Wikipedia e, encontrando "Metonímia", suas variações e alguns de seus exemplos, me deparei com o termo "bom garfo" que remete aos almoços de Domingo, em Copacabana.
Segue a lista completa:
Metonímia
Chama-se de metonímia uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.
Formas de uso :
Na semana passada, fui almoçar com o meu pai num restaurante no Leblon. Normalmente, quando nos encontramos para colocar a conversa em dia, já temos em pauta os assuntos sobre os quais usualmente falamos : mamãe, que é falecida e que nos traz muita saudade; o Mengão, que é nossa alegria e, também, um "Ai, Jesus!"; etc. Mas, vez por outra, surgem novos tópicos, movidos pela minha curiosidade em saber quem eu sou, de onde eu vim, como era a vida daqueles que me antecederam.
Aí, surgiu o assunto "Vovô". Vovô Giácomo. Giácomo Fucci, ou Fucci Iacoluccio, como era conhecido na Itália. Veio para o Brasil com 16 anos de idade, fumou na viagem inteira os cigarros que estavam no navio e que não poderiam desembarcar aqui. Ali, começou o seu (meu) vício, que o levou à morte em 1996, com 86 anos. Sofreu, sim, mas nunca deixou de fazer nada até os 85 anos por causa da vida desregrada que levou. Sofreu, sim, mas levou com ele a minha admiração, talvez por desconhecimento de muitas histórias, mas pelo conhecimento de tantas outras.
Dizia que eu era um "bom garfo", substituindo o instrumento pela causa ativa, em metonímia frequentemente repetida por ele sempre que me via.
Ele tinha prazer em me ver comer como ele: muito, e com alegria.
Hoje, lendo sobre Charlie Kauffman em Cannes, no lançamento de seu "Synecdoche, New York", procurei o termo no Aurélio e no Wikipedia e, encontrando "Metonímia", suas variações e alguns de seus exemplos, me deparei com o termo "bom garfo" que remete aos almoços de Domingo, em Copacabana.
Segue a lista completa:
Metonímia
Chama-se de metonímia uma figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles.
Formas de uso :
- Efeito pela causa: Sócrates tomou a morte. (O efeito é a morte, a causa é o veneno.)
- Causa pelo efeito: Por favor, não fume dentro de casa: sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não ao cigarro)
- Marca pelo produto: O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)
- Autor pela obra: Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral.)
- Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice da salvação. (Ninguém engole um cálice, mas sim a bebida que está nele.)
- Possuidor pelo possuído: Ir ao barbeiro. (O barbeiro trabalha na barbearia, onde se vai - de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está)
- Matéria pelo objeto: Quem por ferro mata... (ferro substitui, aqui, espada)
- O lugar pela coisa: Uma garrafa de Porto. (Porto é o nome da cidade conotada com a bebida - mas não é a cidade que fica na garrafa, mas sim a bebida.)
- O instrumento pela causa ativa: Sou um bom garfo. (em substituição de "alguém que come bastante").
- A coisa pela sua representação = sinal pela coisa significada): És a minha âncora. (em substituição de "segurança").
- Parte pelo todo: A mão empurrou o carrinho do bebê. (na verdade quem empurra o carrinho é a pessoa e não só a mão)
SinédoqueA sinédoque é um caso especial de metonímia, onde se troca a palavra que indica o todo de um ser por outra que indica apenas uma parte dele. Exemplo:
- O rebanho tinha mil cabeças. (cabeça [parte] -> animal [todo])
Ou o singular pelo plural: - O homem, que é mortal, imortaliza-se por meio de suas conquistas.
Ciao!
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